" Perdi os pneus e ganhei curvas "
Depois de sofrer com a obesidade, a professora Adriana teve determinação e coragem para dar a volta por cima e ir atrás do seu sonho: vestir um jeans 38. Ela enxugou 53 kg em oito meses com uma dieta de baixas calorias.
Hoje, quando se olha no espelho, a professora Adriana Lopes da Silva, de 27 anos, nem acredita que já foi obesa e que exibe, com orgulho, um corpo magro com direito a manequim 38. Mas no passado a história era outra: ela já chegou aos 109 kg e usava calça de moleton GG ou jeans 56, (quando entrava). "Nunca fui muito vaidosa, mas não sei como deixei a situação ficar tão grave", conta.
O drama com o excesso de peso começou na infância. Aos 12 anos ela já pesava 76 kg, demais para a idade. Sua mãe, então, procurou um especialista. O médico pediu que ela mudasse os hábitos alimentares. Coxinhas, bolachas recheadas, doces, salgadinhos de pacote, pastel, pizza e outros alimentos engordativos recheavam o cardápio diário. Com um agravante: sem horário para nada. "Até tentei cortar um pouco as bobagens que adorava. Porém, estava em fase de crescimento e sentia uma fome de leoa. Quando minha mãe boicotava alguma bolacha, eu comia escondido", lembra.
Remédio nem pensar!
MEDIDAS:
Altura: 1,70 m
ANTES
Peso: 109 kg
Manequim: 56
DEPOIS
Peso: 56 kg
Manequim: 38
Aos 20 anos, com um manequim 56, ela resolveu que precisava de auxílio externo para afinar e buscou um endocrinologista. Começou a tomar drogas manipuladas para emagrecer. Veja o que aconteceu: "Foi um horror! Tomava o remédio às 10 horas e logo em seguida tinha um pico de excitação. Ficava elétrica. Quatro horas depois, a agitação dava uma trégua, vinha a depressão e eu só queria dormir", confessa. Adriana era professora de crianças pequenas que esbanjam energia. "Eles estavam num pique total e eu sonolenta. Não parava em pé", recorda. Para não prejudicar o trabalho nem o jeito calmo de ser, ela resolveu abandonar as drogas. "Não senti diferença, pois tinha conseguido perder só 4 kg. Quando parei, voltei a engordar tudo de novo," diz. Revoltada em se ver obesa e cansada de usar calças de moleton, ela comentou com o namorado que precisava afinar. "Ele era instrutor em uma academia e me disse que se eu quisesse emagrecer mesmo, teria de mudar a minha alimentação e incluir atividade física no meu dia-dia", fala.
O desafio de ser magra O pontapé para apostar de vez numa dieta só veio depois de ser desafiada pelo amado. "Estávamos no carro e um ambulante passou vendendo chocolate. Resolvi comprar um Suflair. Na mesma hora, meu namorado disse: 'Desse jeito, você vai continuar enorme'", recorda. Com muita raiva, ela devorou o chocolate, mas ficou com aquilo na cabeça e prometeu que faria qualquer sacrifício para ficar magra. "Queria provar para ele que era capaz. Ele ia ver só", brinca.
E não é que deu certo? Dias depois ela estava seguindo um cardápio magro, de baixas calorias, com base no que conhecia de regime e que o namorado também havia ajudado a elaborar. "Foi bem radical, cortei tudo, do refrigerante à gordura trans, passando pelo pastel frito... Ficava lendo tudo sobre o assunto 'calorias' para aprender a não exagerar. Saí de uma dieta de mais de 3.000 calorias/dia para uma de 1.200", explica.
Para o lixo: mais da metade do peso! No começo, Adriana revela que sentia muita fome, mas como já estava vendo o resultado, ficou tentada a continuar. "É gratificante quando você repara que seu esforço está valendo a pena", diz. Ela conseguiu afinar 20 kg em dois meses. Em quatro meses, 44 kg já não lhe pertenciam. No fim de 8 meses 53 kg foram exorcizados. Quase o seu peso atual que é de 56 kg! "Nem acredito. Tirei os pneus e ganhei curvas. É a realização de um sonho. Nunca imaginei que entraria num jeans 38. De repente, entro até no 36!".
Depois da reviravolta na balança, Adriana mudou o estilo do cabelo, trocou todas as roupas, usa e abusa de maquiagem e está linda e feliz da vida. "Adoro quando as pessoas não me reconhecem na rua e ficam abismadas como eu emagreci. Tenho parentes que ainda não me viram magra", confessa.
Sem ficar parada! A professora Adriana não achava um horário para a malhação. "Meu namorado sempre me falou da importância do exercício. Mas saio cedo de casa e chego tarde, não tinha tempo mesmo", diz. Só que ela não desistiu de se mexer.
Acima, mostrando a silhueta redonda.
"Durante os oito meses do meu emagrecimento não sabia o que era elevador, só escada e tentava fazer tudo a pé. Até na sala de aula não sentava, ficava de um lado para outro", conta. Como era sedentária e tinha preguiça para tudo, achou que o esforço valeu a pena. "Pelo menos hoje amo caminhar e meu corpo ficou mais flexível. Não sinto cansaço e indisposição como antes. Agora, tenho saúde", conclui.
Enxuta para sempre!
Faz mais de três anos que Adriana emagreceu e mantém o peso. Os bons hábitos alimentares adquiridos ainda fazem parte de sua vida. "Aprendi a ser seleta à mesa e a cozinhar com ingredientes mais saudáveis, como por exemplo, usar azeite de oliva", ensina.
De segunda a sexta ela ainda segue o cardápio - o mesmo que a emagreceu - à risca, sem colocar nenhuma besteira ou docinho na boca. Já aos finais de semana, dá-se o luxo de ingerir o que quiser, até um lanche do fast-food ou pedaço de bolo de chocolate, sem ser light. Mas com moderação, é claro!
Veja algumas dicas dela para você também chegar lá:
1. Seja determinada "Qualquer pessoa consegue emagrecer mudando drasticamente a alimentação. É preciso ser confiante e acreditar no seu sonho."
2. Cuidado com as fórmulas milagrosas "Se você acha que precisa de um empurrãozinho, vá com cautela nos medicamentos. Eles têm inúmeros efeitos colaterais e não fazem milagres. Depois que você pára de tomar, os quilos voltam."
3. Evite bobagens "Quando você tira o "lixo" da sua alimentação, com o tempo, o próprio organismo acostuma a não querer ser mais lixeira. Tudo que não presta, como frituras, começa a fazer mal."
4. Pegue leve nos alimentos lights, diets e sem gordura trans "Não é porque eles possuem baixa caloria, açúcar e gordura que você pode comer muito. Eles também engordam!"
5. Não beba líquidos nas refeições "Tome-os uma hora antes de comer porque eles ajudam a saciar a fome e, com isso, você evita dilatar o estômago. Mas durante as refeições, não."
6. Coma de três em três horas "Esta foi a única forma que encontrei de espantar a fome e comer em pequenas porções."
Matéria da Revista Dieta Já desta semana.